Projeto “Oficina da Memória”

CASA BENEFICENTE VICENTE SOARES DA SILVA E MARIA ALICE
Serviço de Psicologia
Projeto “Oficina da Memória

A “Oficina da Memória” é um projeto do Serviço de Psicologia da Casa Beneficiente Vicente Soares da Silva e Maria Alice, que funciona como um setting terapêutico, compreendendo uma série  de      atividades    terpêuticas,    psicoeducativas, lúdicas e de dinâmica de grupo – com o viés comportamentalista – ,  focadas  nas  capacidades  residuais  dos  idosos.   A partir das supracitadas elaborações, especialmente no aspecto subjetivo  dos  sujeitos,  é  desenvolvido um trabalho  de escuta coletivo, e posteriormente individual. Os traba- lhos em grupo são realizados sempre às terças-feiras,  no horário das 10:00 às 11:00h, e os atendimentos individuais a partir das 13:00h, com os seguintes objetivos:
1 – Construção de plano individual de intervenção;
2 – Elaboração da Avaliação Pscológica; e
3 – Promover a Reabilitação Cognitiva

Metodologia

As limitações de uma vida de conformação, por meio da criatividade, podem ser substituídas por um sentido mais pleno que supere frustrações e o sentimento de solidão. Todas  atividades  são  acompanhadas  de  esclarecimentos  técnicos  e teóricos, vivências e debates. Utiliza-se também os recursos mnemônicos para  facilitar  o  resgate  de  informação,  e  as principais estratégias empregadas são: associações verbais, multisensoriais (integrando as informações visuais,  verbais e tácteis-cinestésicas), rimas, histórias, leitura e compreensão de texto, discussões  de  temas  atuais  e  imagens  visuais articulatórias   para  facilitar   o  resgate  verbal.  Durante  todo  o  processo,   encorajamos  a   aprendizagem  “sem  erro”, reduzindo as chances de insucesso e aumentando a motivação.

Do Bazar beneficente

Dentre as atividades da Oficina da Memória, temos mensamente um bazar beneficente, realizados sempre aos domingos, a  partir  das  10:00  horas,  onde  procuramos  envolver  alguns  idosos  como  vonlunvoluntário  na  organizaçao  e  nas vendas  de  mercadorias,  partindo  do  pressuposto  que,  seja no trabalho  ou  em  diversas  circunstâncias  e  fazeres,  o homem  configura  sua  vida  e  lhe  dá  um  sentido. Assim,  acreditamos  na   superação  da  estagnação  psíquica,   e consequente- mente,possibilidade da reintegração em suas vidas.

Áreas de estímulos

– atenção
– linguagem
– processamento visual
– memória
– raciocínio e resolução de problemas
– flexibilidade cognitiva
– destreza motora
– funções executivas
– cinco sentidos

Técnicas utilizadas

– relaxamento
– treino de habilidades sociais
– questionamento socrático
– psicoeducação
– reestruturação cognitiva
– estimulação dos cinco sentidos

Responsáveis:


Angela Vasconcelos
Psicóloga – CRP 02/14815

Roberto Santana
Psicólogo – CRP 02/14814

Casa dos Velhinhos de Gravatá – Trabalho Social e Dedicação ao Próximo

Reportagem feita no dia 10 de março de 2010 pela TV Prefeitura – Gravatá/PE

“A porta entre nós e o céu não poderá abrir-se enquanto estiver fechada a que fica entre nós e o próximo”, esta é a primeira mensagem que o visitante se depara quando entra na Casa Beneficente Vicente Soares da Silva e Maria Alice, a Casa dos Velhinhos de Gravatá. Um espaço amplo, agradável que existe desde 1958 e hoje abriga pouco mais de 74 idosos divididos em quatro pavilhões. Para cuidar do ambiente e dos vovôs e vovós que moram lá, são necessários 32 funcionários e vale ressaltar que a Casa dos Velhinhos vive exclusivamente de doações, repasses do Governo Federal e apoio da Prefeitura.

A Casa dos Velhinhos de Gravatá conta com o apoio voluntário de profissionais de várias áreas, médicos, dentistas, geriatras entre outros. No momento o abrigo está necessitando de nutricionista para acompanhamento da dieta dos idosos, “Todos podem ser voluntários, não precisa ser médico ou outro profissional, a pessoas mais simples pode ser um voluntário do nosso trabalho. Aqui não falta o que fazer, sempre encontramos algo que precisa ser feito. Atualmente estamos precisando muito de nutricionistas para que acompanhem a dieta de nossos queridos que aqui vivem”, afirmou o coordenador Paulo Sérgio Andrade.

Assim como o voluntariado, qualquer pessoa pode contribuir com o trabalho da Casa dos Velhinhos de Gravatá. Seja contribuição financeira através de depósitos bancários ou doação de alimentos, roupas, itens de higiene entre outros produtos. “Contamos com vários parceiros que costumamos chamá-los de anjos que nos ajudam sempre. Hoje temos uma acessibilidade bem maior com a prefeitura de Gravatá através da Secretaria de Ação Social. Esse apoio tem sido fundamental para que nosso trabalho conquiste novos objetivos e atenda adequadamente nossos idosos”, disse Paulo.

“Para o idoso chegar aqui, se faz necessário a realização de uma triagem que é feita pela assistente social que temos aqui, para que saibamos a situação em que o idos se encontra e o que ele precisa. Essa triagem vai desde a conscientização que tem que ser feita com o idoso para que ele esteja ciente de que vai para um abrigo de idosos, essa é uma das partes mais complicadas de todo o processo de adaptação que dura cerca de 3 meses”, disse Rosa Meireles que é uma das coordenadoras da Casa dos Velhinhos.

“O idoso é tratado como uma peça descartável que não tem mais nenhum valor. Não gosto quando chamam os nossos idosos de velhos, pois velhas são as estradas que nós usamos todos os dias e anos agüentam. Os idosos são pessoas que merecem todo respeito e valorização por parte da sociedade, muitos aprendem isso quando já é tarde demais”, falou Paulo Sérgio.

Programa Todos com a Nota – A Casa dos Velhinhos de Gravatá é uma das instituições beneficiadas com o programa Todos com a Nota, no qual o consumidor no ato de suas compras deve exigir o cupom fiscal e levá-lo ao abrigo ou então depositar em urnas que se encontram em mercados, postos de gasolina, restaurantes ou outros estabelecimentos que trabalham com o programa. As urnas são devidamente identificadas com o slogan do Todos com a Nota e também contam com um adesivo com o nome da Casa dos Velhinhos.

Para contribuir com a Casa dos Velhinhos de Gravatá:

Banco do Brasil
Agência – 0922-9
Conta – 2000-1

A Casa dos Velhinhos fica na Avenida Cícero Batista de Oliveira, 2315
Fone – 3533-1039 / 3533-2138

Diolinda Maria da Conceição – 104 anos de vida e muita história pra contar

Reportagem feita no dia 10 de março de 2010 pela TV Prefeitura – Gravatá/PE

Nascida no dia 10 de março de 1906 na cidade de Bezerros agreste de Pernambuco, dona Diolinda Maria da Conceição passou toda sua vida entre os municípios de Chã Grande e Gravatá. Hoje 10 de março de 2010 a idosa completa 104 anos de vida esbanjando simpatia e uma lucidez que revelam a beleza da idade e de uma vida repleta de acontecimentos. Atualmente dona Diolinda a vózinha Diolinda reside na Casa Beneficente Vicente Soares da Silva e Maria Alice – Casa dos Velhinhos em Gravatá. Sorriso aberto e gargalhada gostosa são as marcas registradas de dona Diolinda que contou um pouco de sua vida sofrida e de sua juventude distante, “Casei com 14 anos de idade, naquela época a gente casava cedo pra ver se a vida melhorava, a minha não melhorou só fez piorar. Tive 7 filhos e já perdi as contas de quantos netos eu tenho, passo meia hora contando os netos e me perco toda vez” disse vózinha.

Perguntada sobre o segredo da longevidade e disposição centenária, dona Diolinda não hesitou em responder, “Durar tanto tempo assim não existe segredo, apenas um jeito, ter vida saudável e muito trabalho. Minhas comidas eram todas naturais e passei toda minha vida trabalhando. Nunca pensei que fosse chegar aos cem quanto mais passar deles”, disse orgulhosa. Em um momento de lembranças, dona Diolinda recordou um fato triste em sua vida, mas que hoje garante fazer parte de um passado bem distante, “Hoje estou fazendo 104 anos, mas já pensei em suicídio. Eu sofri muito em minha vida, e em alguns momentos eu achava que não merecia continuar viva”, lembrou a idosa.

Embora não seja nascida em Gravatá, vózinha Diolinda freqüenta a cidade desde os dois anos de vida e não esconde o espanto e surpresa em ver os avanços e o crescimento do município, principalmente da feira, “parece que abriram o céu e jogaram a feira de Gravatá que é muito grande. Antigamente eram dois banquinhos de feira sem graça e bem pequeninho, hoje é um mundo de feira”. E sobre Gravatá a opinião é ainda mais expressiva, “A cidade hoje está um céu aberto. É uma cidade abençoada por Deus por que não tem violência”, afirmou vózinha sobre a cidade.

Por um instante a matéria teve de ser interrompida por um motivo mais que justo. Vózinha Diolinda recebeu na manhã desta quarta-feira (10/03) uma justa homenagem pelos seus 104 anos. A homenagem foi concedida na sede do Ministério Público de Pernambuco em Gravatá. O promotor de justiça Paulo Lapenda esteve no evento e falou sobre a importância do reconhecimento dos idosos na sociedade, “Os idosos são fundamentais em todos os sentidos, fizeram e fazem parte da construção de uma sociedade. Precisamos dar mais importância e abrir mais espaços para os idosos em nosso convívio”, afirmou emocionado o promotor.

Vózinha Diolinda não escondeu a felicidade de ser homenageada e deu seu recado, “Agora é que eu estou começando a viver, sou uma jovem menina e vou ficar aqui até o dia que Deus quiser. Adoro ter amigos, amo as pessoas e sou amada por elas. Os jovens precisam se orientar e viver melhor, não procurar as drogas que isso não tem futuro, se eles fizerem isso vão chegar aos 104 como eu”, finalizou a simpática vózinha Diolinda Maria da Conceição. Logo mais às 16 horas acontece a comemoração do aniversário com uma linda festa para vózinha.

Matéria da Folha de Pernambuco

Casa em Gravatá precisa de ajuda

Distante 85 quilômetros do Recife, no município de Gravatá, 65 velhinhos, sendo 35 homens e 30 mulheres, passam os dias no único asilo que existe na cidade, a Casa Beneficente Vicente Soares da Silva e Maria Alice, mais conhecido como Abrigo dos Velhinhos. Seu Rivaldo Tomás da Silva, de 69 anos, é um dos moradores. Há quatro anos, ele deixou o Recife e, de modo autônomo, decidiu viver na casa. “Nós somos uma verdadeira família. Não sinto falta das pessoas com quem tenho vínculos sanguíneos. Aqui, nós nos ajudamos muito e não deixamos ninguém desanimar”, relata. Em alguns domingos, ele abandona o local para se divertir ao lado de uma das filhas e da netinha, de 7 anos.
“Quando fico no abrigo, aproveito bem as atividades, como o show dos sanfoneiros e as brincadeiras que fazemos”, diz. Ele conta que os companheiros que são cadeirantes também são estimulados a participar das atividades. “Eu falo para cada um deles que nós temos muito o que viver ainda e por muito tempo. Não há o que nos impeça disso”, ressalta. A secretária do abrigo Sônia Maria da Silva, que, há 25 anos, trabalha no espaço, reforça que apenas 10% dos velhinhos recebem visitas dos familiares. Ela considera que, em alguns casos, a convivência entre os idosos consegue preencher as lacunas estabelecidas por conta da ausência dos parentes. “Eles se entendem. Não há briga entre os idosos, pois sabem do que precisam e quando estão em grupo conseguem explicar melhor “, completa.
SOLIDARIEDADE. O final do ano, época de reflexão e de traçar planos futuros, é marcado também pelo crescimento do espírito solidário. É nessa época que crescem as doações voluntárias para os abrigos de idosos. O cenário também modifica o comportamento dos velhinhos e os deixa mais otimistas. “Seria bom que essas ofertas acontecessem o ano inteiro. Os nossos moradores ficam radiantes. Sentem-se percebidos pela sociedade e mais importantes. As doações em forma de carinho também são bem vindas”, ressalta Sônia. O telefone do Abrigo dos Velhinhos de Gravatá é o (81) 3533.2138.

Data: 30/12/2007